Em 2006, o Brasil teve cerca de 2.279.000 pessoas matriculadas em cursos a
distância de diversas naturezas. A análise de alunos credenciados indica um
crescimento de 54% em relação ao ano anterior. Considerando apenas os
cursos de graduação e pós-graduação, observou-se um aumento de 91%. Os
sucessivos aumentos de procura e oferta evidenciam que a EaD fincou raízes e
chegou para ficar. A mídia mais utilizada em cursos a distância continua sendo
o material impresso (86%). O assim chamado “e-learning” ocupa o segundo
lugar, com 56%. Apesar da predominância da mídia “convencional”, a
tendência é o uso cada vez maior da internet na EaD. Na medida em que
aumenta continuamente o número de pessoas e domicílios com acesso à rede
mundial de computadores, a internet vai praticamente se impondo na EaD.
Também aqui não é exagero dizer: a internet chegou para ficar. Sem dúvida
alguma, a internet é o ponto de partida para a “Busca de Novos Domínios e
Novos Públicos”, que constitui o tema do 13º Congresso Internacional ABED de
Educação a Distância. Neste contexto é impossível deixar de refletir sobre as
implicações da web 2.0. 2
O que é web 2.0
O termo “web 2.0” começou a ganhar destaque com a primeira conferência
sobre web 2.0 em 2004 e a partir de um artigo de Tim O’Reilly, publicado em
2005. Neste artigo, O’Reilly apresenta possibilidades e competências centrais
de empreendimentos baseados na web 2.0. Desde lá, o termo é amplamente
comentado e discutido, mas as definições e delimitações nem sempre são
consensuais. Apesar disso, parece haver concordância de que se trata de
desenvolvimentos tecnológicos e sociais que levam a uma nova atitude diante
da internet. O acento não está na tecnologia, mas na nova forma de utilização
da internet. Web 2.0 é caracterizada pela intensificação da participação e do
efeito-rede. Fala-se em usuários mais ativos e em utilização da inteligência
coletiva. Criação, utilização e remixagem de conteúdos tornam-se atividades
simples e corriqueiras. Em suma: os usuários passam de meros consumidores
a produtores. A web 2.0 também é plataforma que reúne dispositivos e serviços
variados. Em outras palavras, é a internet ubíqua: pode ser acessada de
diferentes dispositivos, praticamente em qualquer lugar. Críticos lembram que a
idéia de participação e colaboração em rede já estava presente desde os
primórdios da internet e que muitas tecnologias atribuídas à web 2.0 já eram
anteriores a esta discussão. Todavia não há como negar que a produção de
conteúdos e a interação eram limitadas pela necessidade de conhecimentos de
programação e que há novas tendências, tanto em termos tecnológicos, como
no comportamento dos usuários.
As características centrais da web 2.0 são resumidas por Kerres nas seguintes
comparações:
• Usuário versus autor. Enquanto na “web 1.0” o usuário era visto como
recipiente de uma página, na “web 2.0” ele torna-se também autor,
incluindo opiniões e conteúdos. Em vez de apenas ler, o usuário
modifica e (re)cria conteúdos.
• local x remoto: as fronteiras entre processamento/armazenamento local
e remoto de dados deixam de existir. Os dados que antes eram
gravados no computador pessoal agora migram para servidores remotos
e podem ser acessados via navegador de internet a partir de qualquer
lugar.
• privado x público: o privado torna-se cada vez mais público. Arquivos,
acontecimentos pessoais, agenda, lista de favoritos são compartilhados
na rede e tornam-se acessíveis a outras pessoas.
BIBLIOGRAFIA
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